12 de abril de 2013
Algumas mulheres são criminosas seriais. As que tomam nosso coração de assalto cometem latrocínio. Se cometem o crime de nos abandonarem por circunstâncias fora de seu controle, praticam homicídio culposo. Mas se premeditam a morte da relação, é doloso. Caso o pratiquem pensando em estar com outro homem logo em seguida, então fazem-no com requinte de crueldade. E se eventualmente nos traírem antes do homicídio, merecem pena. De morte. Não a delas, mas a de sua lembrança em nosso coração.
Sem apelação. Dispensam-se testemunhas, por favor. Não vamos lhes dar a oportunidade de seduzir os depoentes. A vítima é nosso coração esfacelado, e o desprezo que lhes será imputado servirá como promotor. Sem defesa; o encanto vil, nesse caso, não deve entrar em cena. É perjúrio. O juiz? Nossa alma eternamente combalida.
Não há bom comportamento que reduza a pena. Solitária. Assim deve ser. Sem telefonema, banho de sol, televisão e, muito menos, fiança. Delitos de amor são inafiançáveis. Apelação? Sem direito. Lágrimas desse tipo de criminosa são perigosamente hipócritas. Visita? Só a nossa. Não íntima, mas distante e sarcástica. Data venia, a visita da saúde é bem-vinda, para que ela sofra perpetuamente.
Padre para a bênção final, só se estiver surdo e vendado, para que aplique um perdão maquinal, sem qualquer piedade. Por fim, encerre-se o processo com a sentença de que o coração endurecido dessa vilã vire uma das pedras da cela do presídio de sua própria alma.
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