Eu costumo dizer que um escritor é a soma de alguns fatores: ORIGEM, LEITURAS, VIVÊNCIAS E INVENTIVIDADE. Então, para me conhecer, vamos comentar um pouco sobre cada um desses itens:

 

ORIGEM: Minha formação familiar foi felizarda. Meus finados pais adotivos,  professores, cedo me incentivaram (sem muito esforço, diga-se) à leitura.  Meu pai, Emmerich Szasz (nascido no lado húngaro à época do Império Austro-húngaro), tinha uma biblioteca considerável, que muito me serviu. E até meu próprio nome foi escolhido por inspirações literárias: RODERIC vem de Roderick Usher, personagem “enigmemblemático” de “A queda da casa de Usher”, do mestre do terror e suspense Edgar Allan Poe (cuja data de nascimento, aliás, é a mesma minha, 19 de janeiro, para meu orgulho). Daí provavelmente vem meu gosto pela produção em prosa e verso desse gênio, além da facilidade para a leitura em inglês (que começou, na verdade, pela obra completa de Shakespeare, em inglês arcaico, quando eu contava 12 anos). TERENCE é a versão inglesa para Terêncio, poeta e dramaturgo latino que se destacou por suas peças satíricas, como a espetacular Heaautontimorumenos (O Punidor de Si Mesmo), que muito diz de minhas tendências à autoironia e à verve ácida. GONÇALVES é de minha mãe, Raimunda Gonçalves da Cruz, nascida no Ceará, em Santana do Cariri. Esse primeiro sobrenome vem de Portugal, terra cuja cultura amo, sendo alguns de seus escritores pertencentes a meu rol de favoritos: Raul Brandão, Camilo Pessanha, Fernando Pessoa, José Saramago. Finalmente, SZASZ, sobrenome paterno, remete à Hungria e à Transilvânia, região entre aquele país e a Romênia, cuja herança do espetacular personagem Drácula, de Bram Stoker, dispensa apresentações. Coincidência (ou não), embora eu tenha nascido, orgulhosamente, em Quixeré, interior do Ceará – fui adotado ainda na barriga de minha mãe biológica -, meu nome diz muito de minha trajetória como escritor e leitor.

 

Falando nisso, minhas LEITURAS já citadas se expandiram por conta da entrada como aluno no curso de Letras da Universidade Federal do Ceará e das participações em grupos como O Coiote e a Academia da Incerteza, quando mantive contato com a Literatura de gênios como Charles Baudelaire, Lautréamont, Cruz e Souza, Alphonsus de GuimaraensLívio Barreto e Raimundo Varão, além de aprofundar o incomparável Machado de Assis, o qual já admirava desde a puberdade. Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles também tiveram papel importante, visto que nunca fui muito fã de modernistas brasileiros, mas estas me encantaram. Sem falar nos meus mestres na filosofia, Schopenhauer e Cioran.

 

Porém, as VIVÊNCIAS me levaram também a outros ícones influenciadores. A morte prematura de meu pai me arrastou a um universo diferente: o gótico. Assimilei todas as influências com ligação com o estranho e depressivo em várias áreas da Arte. Assim, artistas fenomenais construíram mais um pouco minha personalidade, como The Cure, Joy Division, BauhausFields of the Nephilim, Sisters of Mercy, Plastique Noir (música), Neil Gaiman, Alan Moore (quadrinhos), Alfred Hitchcock, Vincent Price, Zé do Caixão, Tim Burton (cinema), Hieronymus Bosch (pintura),  E. T. A Hoffman, H. P. Lovecraft e Augusto dos Anjos (literatura). E fora desse universo gótico, mas não menos decadente,  as bandas Accept, Iron Maiden, The Doors, Faith No MoreCamisa de Vênus, Arte no Escuro e Biquini Cavadão, os pintores Van Gogh e Edward Munch,  os músicos Mozart, Tchaikovsky e Debussy, os escritores Stephen King, Clive BarkerWilliam Blake, Alfred du Musset, Goethe, Jorge Luis Borges e Virgilio Piñera, o filósofo Nietzsche, o psicanalista Jung e todos os filmes de terror B, especialmente os ícones Freddy Krueger e Jason Voorhees… e personagens de quadrinhos como os X-Men, o Monstro do Pântano e o Cavaleiro da Lua.

 

Com tantas influências, corri (e corro) o risco de me tornar um autor sem identidade. Mas é aí que a INVENTIVIDADE aparece. Tento me tornar uma produtiva fusão e reinvenção de todo esse magnífico universo, acrescentando meus próprios elementos e atualizando tal turbilhão de informações para ser um poeta e fraseador diferente e próximo a todos eles, a um tempo. Sem falar nas crônicas ligadas a música, cinema e futebol, paixões eternas. Também algumas divagações… E uma pitada de análise política da realidade, porque o ser humano nunca é neutro (nenhum ser humano o é). O artista não tem obrigação com a Moral. Já o homem…

 

O resultado de tudo isso você verá a seguir. Espero que goste e  participe de meu diminuto, porém complexo, universo.