Uma historinha, antes desta postagem. Uma amiga me mandou uma piada (espero que seja) sobre uma possível resposta de uma vestibulanda a respeito de versos de Camões. Eu fico P DA VIDA quando alguém quer zombar de um escritor. E aí veio a ideia da resposta (não para a amiga, mas para a tal vestibulanda). Acompanhem…
Essa é a piada:
O vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho do poema de Camões:
“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer.”
Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação:
“Ah, Camões! Se vivesses hoje em dia,
Tomavas uns antipiréticos,
Uns quantos analgésicos
E Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
Consultavas a Internet
E descobririas que essas dores que sentias,
Esses calores que te abrasavam,
Essas mudanças de humor repentinas,
Esses desatinos sem nexo,
Não eram feridas de amor,
Mas somente falta de sexo!”
A vestibulanda ganhou nota DEZ pela originalidade, pela estruturação dos versos, pelas rimas insinuantes e também porque foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas “falta de mulher” 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 Genial
Pois bem…
Eu, Roderic Szasz, em defesa de Camões, elaborei a provável resposta do nobre poeta:
” Ah, vestibulanda, minha querida
Precisas disso tudo pra passar
De remédios às pencas pra estudar
E teres algum sucesso na vida.
Fica bem firme em teu computador
Observa teu mundo pela Internet
Mas sobre o amor? Sério? Tu não te metes
Eu te peço, mas é em teu favor.
Porque em teu texto a métrica é sem nexo,
Essas tuas rimas são um horror.
E pela idade que tens, meu amor,
Não entendes de nada, nem de sexo.”
(Camões, via Roderic Szasz)
Viva a Literatura!
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