Um trago no cigarro
Um trago na bebida
Mais um traço de lambida
Nas feridas que trago
Do escarro de minha vida
Uma canção que pune
Um corpo imune à solidão
E que se une ao copo de queixumes;
Outro trago gago
Se reúne ao torto coração.
Um filme de terror esquecido
Uma refilmagem de um torpor antigo
Um curta-metragem sem calor vivido
Franquia longa de amor partido.
Mais um trago no cigarro
Mais um trago na bebida
Menos um laço removido
Do regaço refletido
Na imagem perdida.
Outros acordes na madrugada
Em plena comunhão
Mas nada que me acorde
Da triste lassidão.
Outro trago vago
Diria um trago aziago,
Na noite em amplidão.
O terror perdeu a chama
De acalentar a calma;
Deu lugar ao drama:
Vou deitar na cama
Sem uma viva alma.
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