“Mas nada vai conseguir mudar o que ficou…” (“Por enquanto” – Renato Russo)
O Brasil, tornou-se, tragicamente, o país do ENQUANTO.
Enquanto a situação econômica não se resolve, o povo tem de perder direitos.
Enquanto a educação não é igualitária, existe o sistema de cotas.
Enquanto o rigor da lei não é aplicado e a justiça não funciona, deseja-se o armamento do cidadão comum e a criação de justiceiros.
Enquanto o mercado de trabalho é fraco, melhor é ter subemprego.
Enquanto não se dá oportunidade a todos, desde a largada, pela disputa de espaço meritocrático, reduz-se a maioridade penal.
Enquanto não aparecem candidatos comprometidos com o povo, vota-se no “menos pior”.
Enquanto o povo não tem acesso à cultura, aceita-se que ele leia, ouça e veja qualquer lixo, pois “é melhor do que nada”.
Enquanto não nos tornamos uma nação milenar, aceita-se o “jeitinho brasileiro” como solução para toda corrupção, de furar a fila até roubar milhões, e acha-se que isso é só “defesa contra o sistema” ou “esperteza”.
Enquanto um extremismo não é erradicado, opta-se por defender o extremismo oposto, por “compensação”.
Mas a verdade é que, enquanto nos adaptarmos a esses “enquantos”, nada mudará e o “é só por enquanto” vira uma realidade estúpida e conformista.
Por quanto tempo o enquanto sem efeito? Em quanto tempo aprenderemos que aceitar “enquantos” é a derrota do que realmente deve ser feito?
Enquanto vivemos de “enquanto”, o mundo amofina em desencantos. Que nós sejamos capazes de tomar as rédeas do que é justo e pacífico, enquanto o estupor não vira pranto… enquanto o fim não nos cobre com seu manto.
Até quando enquanto?
06 de dezembro de 2017
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