Máximas roderiquianas (104)
Gostar da própria companhia é a única (e esfarrapada) maneira de fugir da solidão.
Gostar da própria companhia é a única (e esfarrapada) maneira de fugir da solidão.
Existem dois tipos de melhores amigos: aqueles a quem você se mostra– esses são humanos – e aqueles a quem você se entrega – a literatura, o rock e o cinema.
Fica difícil admirar um mundo em que os paraísos são artificiais, raros e nocivos, enquanto os infernos são naturais, ordinários e “aceitáveis”.
Amigo é aquele que te faz, ainda que momentaneamente, crer que ainda vale a pena sobreviver nesse planeta desprezível.
Uma centena de declarações questionáveis são mais valiosas que milhares de sábias verdades covardemente amordaçadas.
Toda relação grandiosa é feita sobre alicerces de confiança. A renúncia é o primeiro caminho para a cobrança e a maior justificativa para o ciúme desmedido.
Há ocasiões na vida, raras por sinal, em que pensar em si e não no outro não é questão de egoísmo, mas de sobrevivência.
Falando sempre o que sentimos, corremos o risco de sermos julgados como excessivamente críticos e muitos acharão que não temos nada de bom a dizer. Ficando calados, daremos a certeza de que não temos o que dizer, pois não temos opinião própria.
O sal da lágrima dá sabor aos problemas que somos forçados a deglutir e conserva a convicção de que não merecemos certas injustiças.
Sabe-se que não querer perder nada é quase o mesmo que praticamente aceitar que tudo pode se perder. Mas aceitar isso é perder o que há de mais precioso: a si mesmo.