Máximas roderiquianas (84)
Nunca sabemos de tudo, até que nos deparemos com nossas próprias emoções.
Nunca sabemos de tudo, até que nos deparemos com nossas próprias emoções.
Este mundo hipócrita tem valores insanos: a verdade comuta; a mentira desnuda.
Só há uma coisa pior do que ficar carregando o peso de sua existência: é sentir a gravidade na situação lhe arrastando para o abismo.
Há três possibilidades de cura para a carência extrema: vulgarização do corpo, autocompaixão ou supressão através da dor resignada. Fico com a terceira opção. Embora a própria reflexão e a consequente constatação não sejam exatamente uma forma resignada de encarar o problema. Mas ninguém é perfeito.
A grande mentira de todas se chama data do nascimento. E seu desmentido se dá a seu lado, na lápide
O maior sinal da solidão em sua plenitude é chamar por si próprio e ter como resposta apenas um eco distorcido e amargurado ribombando nas paredes de sua alma…
Tenho a expectativa constante da visita de duas senhoras: a Solidão e a Morte. A primeira já se avizinha, arrendou o terreno bem a meu lado, e pode ser duradoura companheira. A segunda ainda se encaminha, mas quando chegar será em definitivo. E digo-vos: antes uma moradora eterna a uma visita indesejável.
Minha dor principia e minha desilusão se estende a partir do ponto onde se curva a solidão e refreia-se o silêncio; e nessa encruzilhada complexa sobe-me um choro rompante, que trava na garganta e explode em um olhar inteligente e em um sorriso autoirônico.
Banho de chuva… Quisera eu que lavasse minhas dores e angústias, que saciasse minhas carências e desejos. Que trouxesse em cada gota uma revelação sobre a desconhecida por quem espero com tanto amor e dedicação. Deus, que esta chuva me apresente àquela que me encante e saiba encantar… E que ela me resgate desta vida […]
Eu gostaria de ver a cara de Deus no dia da ressaca moral, logo após o porre que originou este mundo. Não, melhor… Queria saber que antiácido ele tomou…