Máximas roderiquianas (417)
A Vida inveja a Arte; portanto, jamais lhe será superior.
A Vida inveja a Arte; portanto, jamais lhe será superior.
Entre permanecer calado, escolher palavras que amenizem mas descaracterizem o que se quer dizer e correr o risco de ferir suscetibilidades ao declarar francamente o que se pensa, fico com esta última. Nem uma mísera opinião deve ficar escondida sob a capa da neutralidade ou o medo da incompreensão.
Ocupação é necessidade; profissão, identidade; vocação, felicidade.
É desconsoladamente perdido este mundo, em que aparência sem inteligência equivale à sedução e inteligência sem aparência gera solidão.
A amizade tanto pode ser argumento para iniciar uma relação amorosa como para evitá-la.
Assim como a delicadeza é feminina e a brutalidade, masculina, o sorriso aberto deve ficar para as mulheres e a gargalhada espalhafatosa para os homens.
Para alguém que não ama, o que mais preocupa depois da satisfação da carne é o amanhã; para quem ama é a falta dele.
Ao contrário do que se pensa, as mulheres gostam de detalhes em narrativas, não em sentimentos. O que ela e o amado estavam vestindo é-lhes mais importante do que por qual emoção estavam se despindo.
O palco repele e atrai, faz tremer e arrepiar.
Pessoas esnobes irritam profundamente, mas consola saber que, se no início de suas próprias análises elas “liberam gases” e as demais “peidam”, no fim os resíduos terão o mesmo odor, para desespero de quem se sente superior.