Máximas roderiquianas (169)
Para aqueles que ficam bem na escuridão e no frio, é bom aproveitar o raro desejo de sentir o sol… As nuvens nunca tardam.
Para aqueles que ficam bem na escuridão e no frio, é bom aproveitar o raro desejo de sentir o sol… As nuvens nunca tardam.
A tranquilidade da inocência ou o furor pela injustiça nos emprestam um sorriso sob a lâmina do executor.
Teus dentes podem sorrir ou ferir; é tudo uma questão de escolha.
A tranquilidade reside na capacidade de equilibrar-se sobre a tensão de tentar fazer o melhor pelos outros e aguentar receber o pior em resposta.
A futilidade associada à tecnologia é péssima para a formação de ícones nos tempos modernos. São estátuas de sal. Desaparecem sob a primeira chuva.
Dizem que professores são exemplos. Ledo engano. O único exemplo a andar neste plano foi crucificado há quase dois mil anos. Essa história foi criada para que sejamos cordeiros dóceis, adaptáveis, medíocres. Somos normais, e nossa vocação e gosto pelo magistério não devem ser julgado por nossas falhas.
Certos instantâneos inesperados marcam a vida de uma forma inesquecível, pela estranheza, delícia e frescor. Mesmo que nunca mais se repitam (ainda que se deseje), estão gravados na alma, esculpidos na essência, eternizados no coração.
Filhos são, muitas vezes, embarcações. Nós os batizamos, colocamo-los para zarparem no oceano caudaloso da vida e assumimos o leme para dar-lhes um norte, embora outros imediatos e marinheiros eventualmente assumam o comando. Mas quando eles estão à deriva e colidem seriamente com os recifes, somos os últimos a abandoná-los.
Se um mau-caráter opta por fazer de alguém que lhe lembra os erros cometidos um fantasma, deve tomar cuidado. Fantasmas arrastam grilhões e maldições, e assombram por toda uma eternidade.
Quando somos injustiçados e sentimos pena de nossa condição e ódio de nossos detratores, ficando portanto deprimidos, só há uma coisa a fazer: passar a ter pena deles e ódio de nós mesmos. Daí vem a força para, ao secar as lágrimas, reerguer.