Máximas roderiquianas (79)
O maior sinal da solidão em sua plenitude é chamar por si próprio e ter como resposta apenas um eco distorcido e amargurado ribombando nas paredes de sua alma…
O maior sinal da solidão em sua plenitude é chamar por si próprio e ter como resposta apenas um eco distorcido e amargurado ribombando nas paredes de sua alma…
Tenho a expectativa constante da visita de duas senhoras: a Solidão e a Morte. A primeira já se avizinha, arrendou o terreno bem a meu lado, e pode ser duradoura companheira. A segunda ainda se encaminha, mas quando chegar será em definitivo. E digo-vos: antes uma moradora eterna a uma visita indesejável.
Minha dor principia e minha desilusão se estende a partir do ponto onde se curva a solidão e refreia-se o silêncio; e nessa encruzilhada complexa sobe-me um choro rompante, que trava na garganta e explode em um olhar inteligente e em um sorriso autoirônico.
Banho de chuva… Quisera eu que lavasse minhas dores e angústias, que saciasse minhas carências e desejos. Que trouxesse em cada gota uma revelação sobre a desconhecida por quem espero com tanto amor e dedicação. Deus, que esta chuva me apresente àquela que me encante e saiba encantar… E que ela me resgate desta vida […]
Eu gostaria de ver a cara de Deus no dia da ressaca moral, logo após o porre que originou este mundo. Não, melhor… Queria saber que antiácido ele tomou…
O único limite para a maldade humana é a vingança desumana.
Às vezes complicamos demais as coisas. Tão fácil seria aceitarmos que o amor nasce na amizade, e que é mais fácil conquistarmos o coração de quem já nos quer bem do que primeiramente convencermos a alguém de que somos dignos de beijos. Mas, não… padecemos do mal do medo. De perdermos a amizade, de expormos […]
Há momentos em que a esperança é aviltante, vergonhosa, cruel. São aqueles em que a ela nos apegamos sem a razão. Ela pode ser suporte, mas nunca mola propulsora de sonhos. Deve sustentar quedas, não impulsioná-las.
O silêncio é repugnante… sempre. É o refúgio dos covardes, a desculpa dos indesculpáveis, a precariedade dos ignorantes, a vergonha dos amofinados, o descompromisso dos burgueses, o escudo dos falsos profetas, que nada têm a dizer. É a neutralidade imunda dos que torturam os corações e almas das pessoas verdadeiras e determinadas. Não há nada […]
A Arte no século XXI será salva pelo rock’n’roll, os filmes de terror B e o retorno à literatura do século XIX.