O poema a seguir, escrito em julho de 2013, foi composto para minha participação num sarau organizado pelo Coral Sobretons e seu regente Tiago Nogueira (que me convidou para declamá-lo e, pasmem cantar “Cálice”, do ilustre mestre da MPB)

 

 

Meu caro Chico que não é Barão,
Mas é dos mais nobres desta nação,
Dos melhores poetas que já vi.
Eu não vou compor um Samba de Orly.
Nem ópera, pois malandro não sou…
Meu caro amigo, sou só professor
E se eu tentar tal coisa… ai de mim!
Apanho qual Geni do Zeppelin!

Olhos nos olhos, bem cá entre nós,
Que este público não nos deixe a sós…
Vai passar uma banda de uma gente
Humilde, e em roda-viva contente,
Pra comigo pintar em preto e branco
Um bom retrato de seu rosto brando.
A construção também terá as cores
De um passaredo e alguns de seus amores…

Apesar de você não ser semita,
É Angélica, Carolina e Rita,
Nenhuma com jeito de meretriz.
Quieta, Bárbara, nem a Beatriz!
Vem Luísa, Januária e Maninha.
De Amsterdã, Ana quase não vinha.
E trato de ficar nessas apenas
Pra não falar das mulheres de Atenas!

Trocando em miúdos, ó meu guri,
Vai ter valsinha, baticum aqui,
O que será pouco pra tanto brado,
Com fantasia e sinal fechado.
Deus lhe pague por todo o sentimento,
E chega de saudade e desalento…
Vamos trabalhar, não tem vagabundo,
Pois o cantar do malandro é o mundo!

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